Documentos revelados na quarta-feira (3) pelo Jornal Nacional apontam que a construtora OAS foi responsável pela compra de móveis e eletrodomésticos para dois imóveis ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – um triplex no Guarujá e um sítio em Atibaia, ambos no interior de São Paulo.

A reportagem do telejornal teve acesso a pedidos de compra e notas fiscais de mobília feita sob encomenda e equipamentos para os dois imóveis, frequentados por Lula e familiares do ex-presidente. Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, as investigações indicam que as duas compras, feitas em uma mesma loja de São Paulo, foram pagas pela OAS.
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Os móveis que decoram o triplex e o sítio foram adquiridos em uma loja de grife situada na Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. A ligação da OAS com as compras já havia sido revelada no sábado passado pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o Jornal Nacional, uma das notas fiscais foi emitida em 12 de novembro de 2014, no valor de R$ 78.800. O endereço informado para a entrega foi o Edifício Solaris, onde se localiza o triplex atribuído a Lula. Todos os apartamentos do condomínio estão sob investigação da Lava Jato e do Ministério Público de São Paulo, por suspeitas de fraude originadas na Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários (Bancoop), controlado pelo PT.

Na nota, a OAS aparece como compradora de uma cozinha planejada, entregue no triplex 164-A, endereço informado no documento. O MP acha que Lula é o verdadeiro dono do apartamento em nome da OAS. O Instituto Lula admitiu que o ex-presidente visitou o triplex em companhia do então presidente da construtora, Léo Pinheiro, mas garante que ele desistiu da compra.

O endereço para entrega foi o Sítio Santa Bárbara, o mesmo ligado a Lula. A nota fiscal está em nome de Fernando Bittar, oficialmente um dos donos do sítio, mas é a OAS quem aparece como compradora. A construtora não quis comentar o assunto. O Instituto Lula não se pronunciou sobre o conteúdo da reportagem.